segunda-feira, 3 de junho de 2013

Contribuinte sustenta Estadual com déficit em 62% dos jogos

Das 59 partidas do Campeonato Amazonense deste ano, apenas 22 (37,3%) delas tiveram público pagante suficiente para cobrir despesas como impostos, arbitragem e transporte. Nos 37 restantes, o dinheiro vindo dos ingressos seria insuficiente para suprir a realização do próprio jogo. Apesar dos números, a Federação Amazonense de Futebol (FAF) informou que o certame terminou positivo, pois todas as contas geradas pelas disputas em campo foram pagas até por quem não foi ao estádio. Segundo a entidade, a ajuda de R$ 500 mil do governo do Estado cobriu todas as despesas. Já a verba da comercialização de ingressos foi repartida entre os times.

Conforme os borderôs da FAF, cada jogo tem gasto com confecção de ingressos, transporte, hospedagem e cota de arbitragem, seguro para o público pagante (R$ 0,35 por pessoa), despesas com água para os policiais militares e pagamento do quadro funcional. Além disso, paga-se impostos que variam conforme a renda bruta do público, como 20% para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dos trabalhadores envolvidos no jogo, 5% de Importo Sobre Serviço (ISS) e outras taxas locais, além de 5% para a FAF.

A maior despesa foi registrada na grande decisão entre o campeão do primeiro turno, Princesa do Solimões, e o campeão do returno, Nacional - foram R$ 21.333,80. A menor foi de R$ 3.340,10, no jogo entre Iranduba e Sul América, na quarta rodada do returno. A diferença de público refletiu em menos ou mais gastos.

Conforme os borderôs da FAF, 47.461 pessoas compraram ingressos no Estadual deste ano, gerando uma média de 804,4 pagantes por partida, quase o dobro da registrada em 2012 (452). Pouco mais da metade (50,9%) deste público passou pelos estádio durante os 26 jogos da primeira fase, formando uma média de 928,9. Nesta etapa, os torcedores levaram R$ 204.380,00 aos cofres do futebol profissional, superando as despesas de R$ 171.294,43 e ainda deixando R$ 33.085,97 em caixa.

Entretanto, o público caiu no returno. As 32 partidas da segunda fase responderam por 32% do público total - média de 489,5 pagantes por jogo. A venda dos ingressos rendeu R$ 127.330,00, valor que não cobriu as despesas totalizadas em R$ 159.214,00, ou seja, prejuízo de R$ 31.884,00.

O déficit de torcedores e, consequentemente, na renda dos ingressos, foi recuperado na decisão finais entre o Tubarão e o Leão da Vila Municipal. As duas partidas somaram 8.132 pagantes - 17,1% do total registrado no campeonato.

O diretor da FAF, Ivan Guimarães, afirmou que, com todas as despesas pagas pelos cofres públicos, o dinheiro da arrecadação dos ingressos foi para os times. “Todos os clubes saíram com dinheiro do jogo. Foi 60% para o vencedor e 40% para o perdedor. Em caso de empate, 50% para cada”, disse. “O Princesa foi o que ganhou mais, levou R$ 90 mil só dinheiro dos ingressos. O Nacional e o Penarol vieram depois, cada um com R$ 60 mil”.

A presença de apenas um dos seis time da capital entre os que mais receberam dinheiro da venda de ingressos é explicada também pela baixa presença de torcedores em jogos no Estádio Roberto Simonsen, na zona leste de Manaus. Dos 14 jogos no lugar, só quatro tiveram mais de 700 pagantes.

Segundo Ivan, os R$ 500 mil da verba estadual foram suficientes para pagar as despesas dos jogos e ainda os prêmios de R$ 100 mil ao campeão Princesa do Solimões e R$ 50 mil ao vice, Nacional. “Deu tudo certinho. O campeonato acabou e ninguém deve nada para ninguém”.

Holanda atrai poucos torcedores

Nove jogos do Amazonense tiveram menos de 100 pagantes. O primeiro deles foi Sul América e São Raimundo, na terceira rodada da fase inicial, no Estádio Gilberto Mestrinho, em Manacapuru. Apenas 62 pessoas pagaram ingresso, o que gerou uma renda de R$ 515,00 diante da despesa de R$ 4.099,45.

Ainda na primeira fase, Iranduba e Fast, também em Manacapuru, reuniram 25 torcedores pagantes que levaram R$ 225,00 aos cofres dos clubes, deixando um prejuízo de R$ 3.274,00. Durante a quarta rodada do primeiro turno, Holanda e Tarumã reuniram, no Estádio Francisco Garcia, em Rio Preto da Eva, 20 pagantes que somaram renda de R$ 190,00 e despesa de R$ 3.943,50.

O Holanda protagonizou as piores rendas: contra o Rio Negro jogou para 63 pagantes, e contra o Sul América, para apenas 12.
Fonte: Diário do Amazonas/Futebol do Norte

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